Foto: Amilton Castro, @amiltoncastro.photoart, disponível na internet. Rejane Rodrigues comanda o Samba de Roda Renascer do Quingoma.
Subitamente batuques vigorosos surgem em ondas sonoras, ninguém sabe ao certo de onde vêm; chegam em fluxos e anunciam em brisas displicentes, um convite sussurrado por cadenciadas vozes, que entoam cantos de Orixás. Sons que reverberam em tambores falantes, irradiam alegria, magia e mistérios.
Chamados antigos que chegam sem cerimônias, vão se instalando em nossas vidas, trazendo confiança e sensação de bem-estar, dizem uns; apelos significativos, cheios de mística, sons e sentidos só captados pelos escolhidos; sem qualquer sentido lógico, dizem outros. Sendo a primeira, a segunda ou, até mesmo, uma outra interpretação, inegáveis são as altas vibrações que escapam da racionalidade, pois se encontram absorvidos por atmosfera envolvente.
Foto postada na publicação de @casadasideiass
É nessa atmosfera que usa seu magnetismo, porque sabe que atrai, forma admiradores, adeptos, seguidores e prosélitos. Sua poética e expressão musical tem forte contribuição para a cultura brasileira. Mas, nem sempre foi assim. Sua gênese, infância e juventude são recheadas de aventuras, perseguições, criminalizações, discriminações e também muita resistência.
Foto: Aidee Nascimento, reconhdecida como mestre da cultura de Lauro de Freitas/Bahia/Brasil. Clique de Peri Rudá.
Uma das quais é a resistência cultural, que se configura como estratégia política e proporciona experiências importantes para populações histórica e sistematicamente subalternizadas. Tais experiências acabaram despertando o medo da elite, a ponto de usarem o rigor da lei e a repressão policial para combatê-las, ao perceberem o fracasso dos seus antigos métodos.
Autor: Airton Santos
Artigo publicado originalmente no instagram @casadasideiass, autorizado pelo autor.
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