Hoje celebra-se em nível global, o “Dia Internacional da Mulher”. Dia de atos políticos em defesa da manutenção das conquistas realizadas e reflexões pelas muitas lutas que virão, a fim de que os direitos negados, inclusive o de humanidade sejam reconhecidos pela retrógrada sociedade patriarcal.
Os aliados (sou um deles) declaram solidariedade às lutas das mulheres, até mesmo pela sobrevivência, porque diante do contexto sócio-político em que se vivencia no Brasil e, diante dos altos índices de exacerbações machistas, não há dúvidas, quanto a escolhas e, de que lado devemos nos posicionar nesse processo histórico.
Estar ao lado de nossas mães, irmãs, amigas e companheiras de jornada contra a misoginia em uma sociedade que precisa passar por mudanças estruturais e comportamentais, é uma imposição consciencial, frente a realidades absurdas, naturalizadas, mas socialmente construídas, objetivando privilegiar o universo masculino.
Comportamentos pautados em agressividades destrutivas que, não raro, redundam em tragédias e crimes de feminicídio e discriminações outras, são objetos de estudos e análises que acusam picos de violência e apontam para um processo de agudização do machismo, que em sua irracionalidade, não se dispõe a abrir mão de privilégios milenares, tidos como direitos sagrados e, até respaldados por religiões.
O machismo é abominável, porque submete e domina, provoca dores e sofrimentos e contribui para infelicidade do outro. Concorre para isso, no atual contexto, o fomento da barbárie no âmbito institucional e social, alavancado pelos demônios da ignorância que, encastelados nas instâncias de poder, desde o golpe de 2016, muito têm contribuído para o cenário de terror, no qual, somos obrigados a conviver.
Por fim, o 08 de março, deve ser visto como um dia voltado às celebrações pelas conquistas realizadas por abnegadas mulheres que sucumbiram em nome da causa das marias, clarices, anas, joanas, carolinas marias de jesus e das severinas da vida. Não é um dia para oferecimento de flores. Essa distorção, busca esvaziar uma luta, cheia de simbolismos e significados, em prol do esquecimento, tão ao gosto dos algozes que defendem de forma acirrada seus costumes e tradições ultraconservadoras.
Celebremos, pois, as heroínas que tombaram nas lutas. Seus sacrifícios não foram em vão. Não obstante, é preciso a continuidade dos embates e das conquistas, a fim de que, a equidade e a justiça social, um dia venha a prevalecer e a racionalidade possa dar saltos qualitativos no limitado universo masculino. Salve o Dia Internacional da Mulher.
Airton Santos 08.03.2022
Comments