Mestre Artêmio

Naturalidade: João Pessoa-PB
Nascimento:11/04/1968
Atividades artístico-culturais: cantor, compositor e violinista.
Área de Atuação: Estado, Região, Cidade e Bairro
Email: contato@gmail.com
Telefone: (21) 9999999
Artêmio da Luz de Jesus, nascido em 24 de agosto de 1970, natural de Santo Amaro de Ipitanga-Ba. Santo Amaro do Ipitanga sim, porque não reconhece a alteração de nome da sua comunidade. Filho de Seu Celindo Evangelista de Jesus (Mestre Lindão) já falecido e de Dona Antônia da Luz de Jesus, casado, tem um filho (Artêmio Júnior) e sua primeira formação foi em técnico em mecânica o que lhe levou por 13 anos à área petroquímica; também formado em pedagogia, atuando como professor de teatro e arte circense nas escolas da rede pública municipal onde se dedica especialmente no resgate da cultura popular. Premiado como Mestre de Cultura Popular pela Academia de Letras e Artes de Lauro de Freitas (ALAF), Doutor Honoris Causa em Cultura, Artes e Gestão de Direitos Humanos, pelas UNI-American Universidade Corportiva das Américas e pela Université Libre des Sciences de L’Homme de Paris.
Seu já tinha sido um grande ativista cultural em sua época mas quando faleceu Artêmio ainda era criança e foram os contos de sua avó em especial, mas também de toda família e as pessoas da própria comunidade que conviveu com Lindão, seja em Portão onde residia como também no Centro; “Eles sempre me diziam – rapaz você é a mesma coisa de seu pai” conta. Era assim, sempre lhe traziam as referências paternas que lhe aguçaram a sensibilidade para a cultura, está no gen.
Artêmio fundou e é responsável pelo Grupo Cultural Bambolê, Patrimônio Cultural e Imaterial de Lauro de Freitas, que reúne teatro, dança, artes circenses e resgaste da cultura popular, e também dos Grupos “Samba LUZ'S LOBOS” e “Som na Mala”; também criou o bloco “Quem Guenta”, o “Terno Bambolê” (Terno de Reis), foi um dos criadores do “Arrasta Jegue”. Também é responsável por manter viva a tradição dos Mascarados. Resgatou a tradição “Chapéu & Gravata” do São João inspirado pelos contos de sua avó, que lhe contou que seu pai e outros moradores fantasiados com paletó, chapéu, gravata e uma bermuda saiam cantando e tocando, batendo nas portas, perguntando por São João. A resposta positiva era uma autorização para se entrar nas casas, brincando, comendo, passando de uma casa para outra que era uma manifestação cultural de referência na Bahia das festas juninas que sucumbiu com a espetacularização do São João.
Inúmeras apresentações de Samba com o grupo Luz'S Lobo'S foram produzidas em parceria com Roro Parente, Sidnei, Lecinho (falecido), Sivan, Cacheiro, Edivaldo, Binho, Mudinho e muitos amigos . Depois do falecimento do meu Primo Lecinho, o grupo mudou de samba para animação infantil com Sidnei, Júnior Laminha, Edivaldo, Drei Sena, Roro Parente e Duzinho Nery.
Sobre ser mestre de cultura ele ensina que é preciso conhecer os fundamentos da cultura e estar em contato com os mestres da cidade, aprender com eles. Conta que apesar de mais jovem, a valorização do conhecimento destes mestres trouxe a ele aptidão para não só absorver, mas experienciar a cultura pela ancestralidade, pela tradicionalidade. “Cultura não se aprende, se vive. Os mestres da cultura passam, como eu também estou de passagem, e as memórias, os fazeres, os métodos precisam ser compartilhados, especialmente pela vivência, e trazidos ao conhecimento para que outras pessoas peguem nosso bastão”, comenta.
Além das atividades que resgateou da histórias que lhe contaram sobre seu pai (Mestre Lindão), através dos contextos trazidos pela convivência e audição da Mestra Aideê Nascimento de Portão, do Terno de Reis Estrela Dalva, pode resgatar a Comédia das Flores, um grande sonho dela, que pode desenvolver junto com o Grupo Bambolê. “Ela nos passou, direto de suas memórias, as melodias, o desenvolvimento, as letras e chegamos a um resultado que nos emocionou a todos”. Com a saudosa Mestra Nicota, Mestra Aideê, Mestra Badinha e Mestres Balaeiro, que nos deixou recentemente, aprendi muito sobre o Terno de Reis, também outra grande referência minha é Mestre Candinho (já falecido), minha avó Francisca que também considero como uma mestra por toda memória que me trouxe sobre a expressão cultural que vivenciou. Destaca ainda sua parceria com Raimunda (Cigana, apelido recebido pela aparência), líder comunitária, ativista cultural e comerciante, com a qual desenvolveu diversas atividades durantes muitos anos como : lavagem, queima de judas, festa das crianças, dia da baiana e muitas outras com destaque ao bloco “As Tá Boas” nome criado pela líder comunitária.
O principal objetivo do Mestre Artêmio, é a inclusão sociocultural e a conscientização cultural dos jovens com que tem oportunidade de trabalhar. Para ele é importante que cada integrante do grupo possa ser futuramente um multiplicador de manifestações populares, passando as tradições, a história e a identidade da nossa cidade, sempre refletindo tradição e ancestralidade, ao que orienta e compartilha também com seu filho nascido em 2015.
Mestre Artêmio foi homenageado no Calendário dos Mestre de Cultura do Município em 2017; teve seu trabalho também como objeto do livro Memórias e Representações Culturais de Artêmio Luz em Lauro de Freitas, organizados por Nildélia Souza Silva, Vânia Pessoa J. B. dos Santos e Norma Lúcia S. Costa pela Editora CRV; e o livro Biografia de Artêmio – Bambolê pela Aluna Miriam da Escola Tia Lúcia que muito tocou o mestre.
Sua musicalidade brasileira e suas interpretações arrojadas conquistaram, além de um público fiel, os elogios da crítica. Como intérprete, Erick trabalhou com os grupos Cesta Básica (PB), Mercedes Band (CE) e Grupo Etc e Tal (AL), já com os grupos Sine Qua Non (PB) e Zaraquê Trio (RN) gravou álbuns onde atuou também como compositor.
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