Mestra Alagunzo da Goméia

Naturalidade: João Pessoa-PB
Nascimento:11/04/1968
Atividades artístico-culturais: cantor, compositor e violinista.
Área de Atuação: Estado, Região, Cidade e Bairro
Email: contato@gmail.com
Telefone: (21) 9999999
Kota Alagunzo da Goméia nome no candomblé de Girlene de Santana Neves sempre foi incentivada por Mameto Kamurici (Mãe Lúcia, sua irmã biológica), que ainda jovem conheceu Mestre Abdias no Pelourinho. Observando que ele tecia o pano da costa, Mameto ficou encantada e sabendo da importância do pano da costa para os rituais do candomblé, já começou a sonhar em lhe trazer par o Terreiro São Jorge Filhos da Goméia mas tudo tem seu tempo.Portão, líder do Terreiro São Jorge Filhos da Goméia e também avó de Kota Alagunzo. Junto com Raimundo (Tata Kasutemi) do Bankoma que já nos deixou também, iniciou diversas ações sociais para atendimento a comunidade, nascia o projeto arte-educação do Bankoma, especialmente para crianças. Iniciou com a capoeira, seguida de percussão, dança e depois o pano da costa. Mestra Alagunzo da Goméia com mais três irmãs de santo, foi ao Instituto Mauá no Pelourinho aprender a tecer o pando da costa com os professores José e Zelito. Com eles aprendeu a tear o pano de Alaká como também são chamados estas peças de origem africana.
Hoje, sediada no terreiro fica a única tecelagem que trabalha com linha fina na confecção do pano da costa, trata-se da Kula Tecelagem. A produção inicialmente era vendida apenas no Terreiro São Jorge Filhos da Goméia, depois passou a ser vendida pela internet. Uma peça com 40 cm de largura e 2 m demora (pano de cabeça) 20 dias para ser concluída, o pano da costa tem 80 cm de largura.
O pano da costa nos protege do que venha de ruim, das energias negativas. Nos embrulhamos e nos protegemos a região do peito e do ventre. Tem também o pano de cabeça para proteger a cabeça. Mestra Alagunzo da Goméia conta que “correu atrás pela necessidade mas a luta é essa” e sua grande referência é sem dúvida Mameto Kamurici (Mãe Lúcia), uma grande mulher, sempre com palavras de incentivo, sempre nos empurrando pra frente, mostrando que é necessário lutar para superar as barreiras que não se vê com os olhos, mas que se sente na pele, nas filas de emprego e no bolso, também precisa ser dito.
Importantíssimo, segundo a mestra, é o fato da adesão da comunidade aos projetos, como uma produção durante todo ano das peças, figurinos e instrumentos usados pelo Bloco Bankoma no carnaval, inclusive em Salvador, mas depois tem o desfile em Portão também onde desfilamos com nossos parceiros pra nossa comunidade. É contagiante. Duas grandes festas.
Ela destaca as parcerias construídas pelo saudoso Tata Kasutemi e Mameto Kamurici, como as Mestras Aideê, Nicota (já falecida) com o Terno de Reis, Mestre Paizinho com o Samba de Viola, dentre outros.
Ancestralidade e espiritualidade são trazidas com as lutas de enfrentamento do preconceito, especialmente relativas a religiosidade das matrizes africanas. “As pessoas se incomodam. Nós só mantemos nossa cultura, nossa ancestralidade religiosa. É preciso nos deixar com nossas práticas, nossos costumes, nossa cultura”.
A força destas mulheres com quem convivo e descendo, Mameto Kamurici, Mãe Mirinha, meus ancestrais que lutaram pela liberdade, depois contra a miséria e o preconceito, por reconhecimento, por respeito. É muita garra. Isto me emociona. Conta Alagundo.
Chegou ao Terreiro São Jorge Filhos da Goméia na Rua Queira Deus, Portão, Lauro de Freitas, aos 14 anos e não saiu mais.
Não vamos sozinhos a lugar algum. Sempre levamos nossa cultura, mas também nossa comunidade. Já apresentaram-se aqui em todo o estado da Bahia, também são Paulo, Fortaleza, Recife, China, Portugal, Áustria, Austrália entre outros Alagunzo conta ainda que estudou concluindo o curso técnico de enfermagem. Seus pais encerraram os estudos na primeira etapa do ensino fundamental mas tinha qualidade. Infelizmente o ensino hoje é muito inferior. Ela entende que é essencial ter uma faculdade por exigência do mercado, não tem jeito. “Para mim vale mais saber fazer, a prática” mas sempre incentiva e dá forças aos filhos assim como aos membros da comunidade por entender que a faculdade também é essencial.
Recebemos um espaço para disponibilizar a produção de 150 terreiros em uma loja na Estrada do Coco, Loja Mauanda. Infelizmente um vendaval destruiu as instalações que foi cedida pelo Governo do Estado da Bahia. Agora estamos aguardando possível reestruturação de uma espaço para uso destas instalações.
Sua musicalidade brasileira e suas interpretações arrojadas conquistaram, além de um público fiel, os elogios da crítica. Como intérprete, Erick trabalhou com os grupos Cesta Básica (PB), Mercedes Band (CE) e Grupo Etc e Tal (AL), já com os grupos Sine Qua Non (PB) e Zaraquê Trio (RN) gravou álbuns onde atuou também como compositor.