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  • Foto do escritorLauro Criativa

Esperança de Um Talvez

Atualizado: 25 de ago.


Tenho observado diversas lutas por direitos e reconhecimento, especialmente civis, cuja importância é inegável, apesar de dúvidas persistentes. No mês das mulheres, questionei uma autoridade municipal sobre a ausência da educação pública de qualidade nas discussões sobre os direitos das mulheres. É claro que, sem priorizar a educação, os problemas atuais recairão sobre as próximas gerações. Contudo, a resposta foi que o governo faz o que pode.

Com o aquecimento das campanhas políticas municipais, o assédio se tornou comum, especialmente de novos integrantes do sistema em busca de favores. Entretanto, o discurso permanece superficial: "Você está com quem?", "Em quem você vai votar?", "Vamos conversar", etc.


Não ouço propostas efetivas para enfrentar os problemas da educação, as quais eu pudesse acreditar. Um amigo afirmou que a solução deve ser sistêmica, envolvendo escolas, famílias e comunidades, mas por que isso não acontece?



Eu mesmo sugeri a um candidato que se impusesse a obrigatoriedade de que familiares de políticos, gestores e servidores públicos fossem atendidos nos serviços públicos de saúde e educação. Ele rechaçou essa possibilidade, alegando ser inconstitucional. Esqueceu-se de que as reformas constitucionais são recorrentes para atender aos interesses políticos, geralmente em detrimento dos cidadãos comuns. Só sei que é assim...


No setor de saúde, a recusa de atendimento é frequente. Apesar do serviço de emergência 24 horas, muitas vezes informam falta de profissionais e mandam o paciente de volta para casa. Isso já aconteceu comigo várias vezes; é puro descaso. Cheguei a presenciar a recomendação de que uma mãe levasse seu filho, sozinha, às 1h da madrugada, para uma unidade na Cidade Baixa. No mínimo, a unidade deveria acionar uma ambulância para realizar o transporte, já que não atendeu.


"Pior seria se pior 'sesse'", como diz uma amiga.



Refiro-me aqui ao beneficiário final: o povo. No campo cultural, o que o povo deseja? Festa! E é isso que recebe. Como a educação não contribui para a formação cidadã, o público cultural fica à mercê do que lhe é oferecido. Tomemos os "paredões" como exemplo. O público para a cultura genuína é escasso. Nas produções locais, precisamos desenvolver estratégias para atrair as pessoas ao teatro e a eventos culturais, o que aumenta o trabalho na produção cultural.

 

A verdade é que as manifestações culturais autênticas, nascidas nas comunidades, estão cada vez menos prestigiadas e cada vez mais dependentes de financiamento público. Muitas estão desaparecendo, sufocadas por uma economia de escassez, onde o prato precisa de alimento, mas o alimento é caro e o salário miserável.

 




A cultura acaba servindo aos intermediários que "ditam" o que chega ao usuário final: o povo. E o que o cidadão realmente quer? A esperança de um talvez? O direito de se expressar? E você? Deixe seu comentário.

4 Comments

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Guest
Aug 26
Rated 5 out of 5 stars.

Um texto decente, claro, lúcido que suscita um debate urgente entre a sociedade e o sistema.

A hora é agora!

Parabéns Lauro Criativa, na pessoa de Rudá Pituba, um mestre na arte de criar o improvável para levar a cultura no país peitoe na raça ao povo.

Obrigada pela sua enorme contribuição para o desenvolvimento cultural do nosso povo.

À luta!

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Juarez Pituba Júnior
Juarez Pituba Júnior
Aug 25

Talvez, e se?

Quem quer botar o bloco na rua arruma um jeito. Não é fácil, mas é possível.

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Guest
Aug 23
Rated 5 out of 5 stars.

O problema é o 'talvez não'

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Lauro Criativa
Lauro Criativa
Aug 26
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"Abrem-se as portas da escola e vejo o menino com o peso dos livros em seus ombros finos"

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