O brilhante trabalho do pesquisador e historiador Diego Copque trouxe uma reparação no reconhecimento da importante contribuição de Santo Amaro do Ipitanga, hoje Lauro de Freitas, Camaçari, Mata de São João e Dias D’Ávila no processo de independência da Bahia e, consequentemente, do Brasil, em sua obra “A Presença do Recôncavo Norte da Bahia na Independência do Brasil”. A partir daí rendem-se homenagens a estas localidades, incluídas no circuito das comemorações do 2 de julho acerca da independência da Bahia.
A Independência da Bahia é um capítulo fundamental na história do Brasil, simbolizando a resistência e a luta pela autonomia. De quem?
A captura de Salvador em 2 de julho de 1823 foi um marco decisivo que reforçou a independência nacional, mostrando a determinação e coragem do povo baiano em face da opressão. Este evento não só representou uma vitória militar, mas também evidenciou a importância da participação popular e da união entre diferentes segmentos da sociedade na luta por um ideal comum. Aqui houve uma “verdadeira” integração pela “Independência”, e as promessas eram reais... promessas de liberdade, igualdade e fraternidade que vinham da revolução francesa e eram propagadas, como ainda são.
Entretanto, dois séculos depois estas promessas estão longe, cada ver mais longe de serem cumpridas. A realidade é a manutenção de um baixo nível educacional que tem sido uma ferramenta eficaz para que verdadeiros vampiros do poder controlem a população. Esses vampiros, representando a elite política corrupta, sugam as energias e recursos da nação, alimentando-se da ignorância e da submissão dos cidadãos. Os ‘pelegos’ subservientes são os agentes intermediários que garantem a perpetuação deste ciclo vicioso. Capitães do mato modernos, fazem o papel de sedução e aliciamento dos eleitores mal informados e invisibilizados, prometendo-lhes benefícios imediatos que nunca se concretizam em melhorias reais, enquanto amealham as migalhas do poder. Esse cenário é especialmente preocupante nas eleições municipais, onde o voto tem um impacto direto e imediato na qualidade de vida das comunidades locais.
A manutenção do povo enclausurado em um sistema de auxílios, sem acesso ao consumo digno e distante de uma educação verdadeiramente transformadora, perpetua a dependência e a vulnerabilidade. Este sistema cria uma ilusão de segurança e apoio, mas na realidade, aprisiona as pessoas em um ciclo de pobreza e falta de oportunidades. É essencial compreender que a independência política e econômica de uma nação está intrinsicamente ligada à independência de seu povo. Para romper com este ciclo, é necessário que a prometida educação de qualidade seja efetivada, que forme cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e deveres. Somente através da educação é possível construir uma sociedade onde o voto não seja manipulado por promessas vazias, mas sim, um instrumento de verdadeira mudança.
Além disso, é crucial garantir o acesso ao consumo digno, permitindo que todos os indivíduos possam participar plenamente da economia e desfrutar dos benefícios do desenvolvimento. O consumo consciente, aquele que agride menos o meio ambiente e compartilha a experiência de viver, deve ser incentivado como parte dessa transformação. A verdadeira independência de um povo se dá quando este é capaz de tomar decisões informadas, livre de coerções e manipulações. Um sistema político saudável e uma economia inclusiva são pilares fundamentais para essa independência.
Portanto, as eleições municipais de 2024 representam uma oportunidade crucial para que Lauro de Freitas, a Bahia e o Brasil avancem na construção de uma sociedade mais justa e independente, onde todos os cidadãos possam exercer plenamente seus direitos e potencialidades. É importante que os eleitores tenham plena consciência de seu poder circunstancial. Cada voto é uma ferramenta poderosa que pode transformar a realidade local e nacional. Exercê-lo de forma plena, com informação e responsabilidade, é fundamental para quebrar o ciclo de opressão e manipulação. A participação ativa e consciente nas eleições é um passo essencial para alcançar a verdadeira independência e garantir um futuro mais justo e sustentável para todos.
Mas esta é uma de minhas utopias, como diz meu filho, longe de ser realizada, porque a educação é a grande mãe abandonada em um asilo desprovido do mínimo necessário.
E viva a independência...
"Pelego": No movimento sindical é aquele que trai os colegas sindicalistas para obter benefícios próprios junto aos empresários.
Para mais informações sobre a "história da independência da Bahia", acesse Brasil Escola e o Blog do Márcio Wesley.
Foto de abertura do artigo: "De marré desci". Imagem capturada em https://infosaj.com.br/
Pura e Dura realidade.luz
Ótimo artigo com ótimas análises.